sexta-feira, 10 de outubro de 2008

A Situação das Crianças Africanas


TÓQUIO, 28 Maio 2008 - A UNICEF pediu hoje que sejam feitos investimentos substanciais na melhoria dos sistemas de saúde da África subsariana a fim de tirar partido de resultados positivos obtidos recentemente e ajudar as crianças que não têm o acesso necessário aos cuidados de saúde.

Este apelo foi lançado no Japão por ocasião do lançamento do primeiro relatório sobre a Situação das Crianças Africanas 2008, na Quarta Conferência Internacional de Tóquio sobre o desenvolvimento de África (TICAD IV).

“Todos os anos, quase 10 milhões de crianças morrem antes de completar cinco anos e metade destas mortes ocorrem em África,” afirmou Ann Veneman, Directora Executiva da UNICEF. É possível salvar vidas quando existem sistemas de saúde integrados ao nível da comunidade,” acrescentou.

O relatório refere que os cinco países que ficam a norte do deserto do Sahara – Argélia, Egípto, Líbia, Marrocos e Tunísia - reduziram as suas taxas de mortalidade infantil em, pelo menos, 45 por cento entre 1990 e 2006, o que deveria permitir atingir o Objectivo de Desenvolvimento do Milénio relativo à sobrevivência infantil, ou seja, diminuir em dois terços a mortalidade dos menores de cinco anos até 2015.

Na África subsariana, a mortalidade dos menores de cinco anos diminuiu 14 por cento entre 1990 e 2006, mas como uma em cada seis crianças morre ainda antes de completar cinco anos, a África subsariana continua a ser a mais difícil região do mundo para uma criança sobreviver.

A Situação das Crianças Africanas 2008 apresenta um conjunto de dados e análises da situação das crianças do continente, dá conta de alguns sucessos recentes e propõe acções e programas concretos que podem salvar a vida das crianças.

Quanto aos progressos recentes em matéria de sobrevivência infantil e cuidados de saúde primários em África a sul do Sara, o relatório destaca:

• Em quatro dos países menos desenvolvidos – Eritreia, Etiópia, Malawi e Moçambique – as taxas de mortalidade de menores de cinco anos diminuiram 40 por cento ou mais desde 1990;

• As mortes devidas ao sarampo na África subsariana registaram uma diminuição de 91 por cento entre 2000 e 2006, o que é um resultado notável.

• Em dezasseis países africanos, a cobertura de redes mosquiteiras impregnadas de insecticida para protecção da malária triplicou desde o ano 2000.

• As taxas de aleitamento materno exclusivo aumentaram de 22 por cento em 1996 para 30 por cento em 2006 em toda a região subsariana;

• O consumo de suplementos de micronutrientes aumentou;

• O acesso a tratamentos antiretovirais para as mães e crianças seropositivas tem melhorado, mas, à partida, era extremamente limitado;

• Entre 2004 e 2006, a cobertura de tratamentos antiretrovirais, para prevenir a transmissão do VIH de mãe para filho, triplicou na África ocidental e austral;

• Estamos a assistir a um consenso crescente entre governos e outros actores importantes acerca das estratégias adequadas para melhorar a sobrevivência das crianças e das mães. O relatório sublinha a necessidade de acesso a cuidados (em continuum), no tempo e em locais diversos: da gravidez ao parto, no período pós-natal e de apoio ao recém-nascido, na infância e na adolescência, cuidados que devem ser extensivos à família e comunidade, ao centro de saúde local, ao hospital distrital e para além dele.

“Os serviços e as práticas necessárias para evitar as mortes de crianças em África existem” lembrou A Venemam. “O relatório aponta a imunização, as redes impregnadas de insecticída e os suplementos de vitamina A, como medidas que ajudaram a dimunir a mortalidade infantil nos últimos anos.”

A Situação das Crianças Africanas 2008 faz um apelo veemente a todas as partes – governos, agências internacionais, organizações não governamentais, sociedade civil e sector privado – para que se unam a fim de tornar possível a concretização dos objectivos de sobrevivência das mães, dos recém-nascidos e das crianças.

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