Safra
© Nathan de Castro
Soluça o corpo magro, sente o frio,
e o prato de promessas não sustenta.
O peito analfabeto está vazio,
quer prato da farinha que alimenta
o filho.
A lágrima da fome esconde a vida
nos olhos da criança desnutrida
e a página da fome apaga o brilho
dos discursos jogados sobre os rios
de lama.
E a esperança de pão, velho projeto
que assenta
famílias de sem terra e sem escolas,
se perdem nas entranhas de prospectos...
E esmolas
serão distribuídas no natal,
depois de anúncio em rede nacional,
da nova safra recorde de milho,
de soja
de trigo
de leite
da fome
miséria
da dor.
E o grito cresce preso na garganta,
revela um ano novo, sempre antigo,
e a música que toca, o povo canta
co’a voz que cala e sempre busca abrigo
na sorte
ou
na morte
© Nathan de Castro
Soluça o corpo magro, sente o frio,
e o prato de promessas não sustenta.
O peito analfabeto está vazio,
quer prato da farinha que alimenta
o filho.
A lágrima da fome esconde a vida
nos olhos da criança desnutrida
e a página da fome apaga o brilho
dos discursos jogados sobre os rios
de lama.
E a esperança de pão, velho projeto
que assenta
famílias de sem terra e sem escolas,
se perdem nas entranhas de prospectos...
E esmolas
serão distribuídas no natal,
depois de anúncio em rede nacional,
da nova safra recorde de milho,
de soja
de trigo
de leite
da fome
miséria
da dor.
E o grito cresce preso na garganta,
revela um ano novo, sempre antigo,
e a música que toca, o povo canta
co’a voz que cala e sempre busca abrigo
na sorte
ou
na morte
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