terça-feira, 16 de setembro de 2008

Previsão de Tempo



Tem um “mar morto” engarrafado em recipientes de água mineral, enlatados, refrigerantes e bebidas de todos os tipos.

Tem um “mar morto” dentro de caixas-d’água, piscinas, redes de esgoto e de distribuição de água.

A Terra reclama. A Terra é um ser vivo e como tal, precisa de água para sobreviver e o instinto de sobrevivência fala alto.

Assistimos ao degelo polar, que nada mais é do que uma defesa do Planeta. Falta água? Vamos ao degelo.

Há milhares de anos, os dinossauros ameaçaram a vida da Terra e foram dizimados pelas células de defesa ou, talvez, por algum remédio aplicado pela mãe Via Láctea. Uma injeção de meteoros, por exemplo... Tratamento de choque.

As células de defesa se apresentam em forma de sinais da natureza: furacões, tufões, terremotos, tsunamis e tantos mais...

Parece que não bastam para parar a ofensiva desse novo predador: o homem.Para um doente que caminha a passos largos para o estado terminal, existe a necessidade de exterminar ou dizimar o vírus. Esse vírus que fabrica gases tóxicos, agride as membranas do pulmão, injeta bilhões de litros de esgotos por dia nas veias do planeta...

O mar, coração da Terra, continua a pulsar forte, mas o desequilíbrio é evidente. O vírus continua a extrair daqui e transportar para outros cantos do corpo terrestre, milhões de toneladas de ferro, petróleo, madeira e tudo o mais que se possa transportar, inclusive para a órbita do planeta.

As intermináveis queimadas provocam chagas profundas e lançam na atmosfera a fumaça da destruição e a Terra chora chuvas ácidas.A temperatura aumenta. A febre é quase insuportável e a Lua, impassível, assiste atordoada à mudança das cores do Planeta Mãe.

Não. A Terra já não é azul.

Tem um cinza envolvendo a poesia dos mares e montanhas. Tem concreto demais, tem asfalto demais e os poros obstruídos provocam as enchentes dos rios. As metrópoles sofrem.

As águas descem a ladeira da velha cidade.

Uma criança brinca de chutar a enxurrada. A esperança está ali, nos pés e mãos da criança que traz o sorriso e o brilho da poesia nos olhos.

Infelizmente, a vacina vence. A criança cresce e as palavras não chegam aos ouvidos dos vírus detentores do poder.

No peito do poeta fica um vazio de mil beijos lançados ao vento e a sensação de impotência, quando o planeta pede colo.

A previsão é de mais um dia de sol.



A Terra pede colo e a lua estende o manto

da morte sobre o corpo da Mãe Natureza...

Se a morte pode o beijo, o abraço e o acalanto,

pode o destino, o sol e os lábios da nobreza.



Se a vida é uma canção sem volta, todo pranto

é inútil, pouco e cabe no olhar de tristeza

da estrela que admite os sons de novo canto,

para cumprir a sina e a escrita sobre a mesa.



É preciso voltar ao tempo das cavernas!

Reescrever a história do planeta Terra

com tintas de poesia em telas de mudanças.



É preciso salvar o verbo e essas eternas

poeiras de paixões, o ar, o mar e a serra,

para evitar que o homem mate as esperanças.



© Nathan de Castro

2 comentários

Anônimo disse...

Obrigado pelo carinho, amiga!
Uma bela noite para você.
Beijo,
Nathan

blogosfera solidaria disse...

Obrigada vc Nathan
beijos

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