terça-feira, 4 de março de 2008

A IMAGEM DA FOME


Caída por terra, estatelada a criança
Que chora seu pranto, agora solitária
Desamparada, sofrida, muda, pária
Não existindo nenhuma esperança

Já que a morte tenha roubado aquela
Que do ventre um dia tenha nascido
Não consegue mais seu corpo erquido
É mais uma vítima que a terra esfarela

A fome assombra tudo o que desseca
Sua carne que o sol queima e resseca
Inocente, neste chão árido se deita

Não pensa, lamenta, talvez só respire
Não haverá quem desta vida suspire
Sua carniça, o abutre faminto espreita

RENATE EMANUELE

1 comentário

gabii leite disse...

temos que cada um fazer um pouquinho. quer mudar o mundo?comerce por voce.

Postar um comentário

^